9 de nov. de 2012

As primeiras vezes a gente nunca esquece


Cá estou eu novamente, porém dessa vez, para falar de uma primeira vez. Da primeira vez que fui parado pela polícia.
Tudo começou quando peguei aquele ônibus hoje mesmo (9/11), e fui parte do caminho pensando da vida, até encontrar a Gaby e um colega - uma das várias Gabrielas com que tenho contato "frequente" - e começar a discutir a religião. Só pra mencionar um pouquinho do que se passou: o ônibus estava lotado, eu expliquei minhas teorias sobre a criação do mundo e dos seres vivos, ela me contou que frequenta um igreja ao lado da faculdade onde estudo e eu deixei avisado que um dia irei visitá-la para conhecer, falei também que se eu tivesse que acreditar em um livro eu preferia acreditar em Nárnia, porque no mundo de Aslan, só tem coisa boa e tal. Mas deixei claro que acredito em Deus, embora eu tenha dúvidas a respeito da bíblia, Jesus e algumas coisinhas, e pode se que eu tire um dia pra falar de religião por aqui.
Enfim, a conversa até tava legal, mas daí quando nos aproximamos do posto que é um quarteirão da minha faculdade surgem três viaturas e simplesmente param o ônibus e mandam todos descerem. Ok, desci e fui lá, lindo, coloquei a mochila nas costas e ia caminhando divinamente em direção a faculdade até que na hora em que passei por uma das viaturas um guarda me parou e perguntou se eu estava dentro do ônibus, respondi que sim e a criatura filha de Deus me mandou voltar pra perto do ônibus e esperar lá.
Ótimo, quando me viro vejo aquele macharal perto do ônibus com as mãos na cabeça e as pernas abertas em um posição que eu posso julgar totalmente... passiva (?) ... e imaginei logo: NÃO TEM CRISTÃO QUE ME OBRIGUE A FAZER ESSA POSE.
E pronto, dito e feito. Me aproximei do ônibus, e cruzei os braços.Se é pra ser parado pela polícia, que seja de modo que pelo menos um décimo da dignidade permaneça.
 Não dá cinco minutos e um outro policial chega, e adivinha: me escolhe pra ser o primeiro. Tipo uma honra, só que não. O cara me mandou abrir a mochila, e depois me olhou com aquela cara de safadeza e disse que tinha que fazer o procedimento padrão. Daí que ele pegou no meu pinto, me senti molestado, quero justiça, um advogado, e meter um processo nesse pevertido.
A Gaby, tipo, riu uma vida da minha cara e tirou foto.
Ok, esse processo é mais comum do que todo mundo pensa, mas convenhamos, é constrangedor. Seu moços, vocês não precisavam apertar nem as buncas nem os pintos alheios, você não precisam alisar o tanquinho super definido niguém.
Primeiro que eu nem cara de marginal tenho - embora tenha uma mente inteligente e perigosa, coisa que os que convivem comigo por perto sabem, mas não vou entrar a fundo hoje - e de qualquer forma, se eu fosse um marginal eu não estaria em um ônibus armado, muito menos portando algum tipo de droga. Vamos ser um pouquinho mais inteligentes queridos policiais.
No final das contas, nem fiquei pra ver o que aconteceu, dei tchau pra Gaby e fui caminhando pra minha aula porque eu tinha mais o que fazer.
Antes de partir quero deixar meu protesto silencioso, afirmar que essa história de "a primeira vez a gente nunca esquece" é bobagem. Eu - pelo menos - não lembro da primeira vez que eu falei, da primeira vez que eu andei de bicicleta, da primeira vez que eu caí em público, da primeira vez que eu arranquei o dente. Enfim, não me recordo de muitas primeiras vezes. Na verdade não me recordo de nenhuma agora. O titulo do post é esse porque eu quis que fosse esse. Espero que como os exemplos que eu citei, essa primeira vez eu esqueça também.

Um comentário:

  1. os 2379827382973982798312 impostos pagos por nós vão pra segurança... dos GOVERNANTES

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