19 de jun. de 2011

O arrependimento de melissa (e seu medo da perfeição)

Era só mais uma noite. Mais uma noite daquele frio dolorido que queimava sua pele. Melissa sentia um vazio em sua cama, sentia um vazio em si, sentia a constante sensação de estar incompleta.


Seu corpo, seus braços, eram meu abrigo.


Melissa sabia que não se perdoaria se o perdesse.


A praia era nosso esconderijo. Não imaginaria melhor maneira de passar minha vida do que o observando. O modo como mergulhava, a maneira que fazia seu corpo parecer mais forte que as ondas que quebravam as suas costas. O mar parecia insignificante perto dele. Quando saia do mar, o mar chorava sua perda. Cada gota d’agua lamentava ter que desgrudar daquele corpo.
Então sujava seus pés de areia e jogava-se sobre o meu corpo. Beijava-me a boca como jamais alguém beijara e como jamais beijara alguém. Seu gosto doce misturado com água e sal. Tocava meus lábios com uma delicadeza incomum de um homem. Era amor.
A verdade é que ele é tão perfeito, tão mágico que não me convencia que era real. Minha cabeça, meu mundo, nada em mim funcionaria bem com algo tão próximo a fantasia.


Era a realidade de Melissa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário