16 de mai. de 2011

Primeiro contato com o amor

Eu como pessoa não costumo muito falar da minha vida pessoal aqui no blog. A princípio, era essa a minha intenção. Mas com o tempo descobri que não era bem isso que eu gostava de fazer.
Minha primeira sinceridade: amo meus pais e meus irmãos, por mais que eu não demonstre. Amo também minha melhor amiga, e talvez umas quatro ou cinco outras amigas/os que fazem por merecer minha confiança.
Gosto de muitas pessoas, amo poucas, mais ainda assim digo para muitas que as amo.
Mas do amor relativo à paixão mesmo, me recuso a dizer que sentir mais de uma vez.
Agora minha segunda e última sinceridade do dia: hoje, dia 16 de maio, é um dia bem marcante para mim, muitos podem achar besteira, mas é hoje que eu comemoro o único “aniversário de ausência” que eu conheço.
Não, ninguém morreu, na verdade foi só um pedaço meu que deve ter morrido. #eusoutãodramatico
Do jeito mais simples e direto, eu posso dizer que nesse dia, há três anos eu havia descoberto o amor. Mas me deixa tentar contar essa história direito.
Até 2008 eu não havia sentido afeto por outras pessoas. Na verdade tinha, mas não era algo profundamente sentimental, era algo que eu podia esquecer se quisesse. Mas quando esse ano chegou, eu conheci aquela pessoa que até hoje marca minha vida. Ela não era perfeita, não era tão bonita para todo mundo, mas era a única que me atraía sinceramente. Acredito que meu maior erro é acreditar que hoje em dia se valoriza o amor romântico.
Começou aos pouco, na verdade vi-a pouquíssimas vezes. Conversava algumas vezes, e acho que isso foi que influenciou no que eu sentia, pois no nesse mesmo ano eu sentia uma verdadeira carência de alguém que me escutasse, alguém que ouvisse calmamente tudo que eu tinha a dizer. Essa pessoa se tornou a fuga dos meus problemas. Logo depois se tornou o maior deles.
Certo dia a loucura bateu em minha cabeça e decidi contar o que sentia. Foi a decisão mais difícil que fiz até o momento. Passei dias tomando coragem e na primeira oportunidade, e de cabeça baixa, falei o que sentia. Na verdade escrevi o que sentia e entreguei nas mãos, pedindo para que só visse o que estava escrito ali dentro quando estivesse longe de mim. Meu coração se angustiou nos dias seguintes, quando a vi depois de tudo tinha apenas uma sensação: vergonha. Demorei até ouvir a primeira palavra.
Não sei se o que eu disse tinha sido levado em conta, apenas pedi para não comentar mais o assunto e acabou sendo assim. Mas na verdade eu me destruía por dentro querendo uma resposta.
No fim de tudo, sem despedida alguma, o dia 16 de maio de 2008 foi o último dia que vi essa pessoa. O último dia. Esperava sinceramente que fosse ver novamente, mas acabou que não. Arrependo-me de não ter exigido uma resposta. Arrependo-me de muitas outras coisas.
A certeza de que o que eu sentia era mesmo amor veio apenas depois. Antes eu sentia apenas que gostava, mas com o tempo, fui vendo com essa distância o quão dependente eu era e o tamanho da falta que ela me fazia.
Não minto para mim mesmo, de tudo que eu senti pelos outros, se isso não foi amor foi o mais próximo. Até hoje não senti nada igual por ninguém.
Os seis primeiros meses que se passaram foram os piores, nunca imaginei que poderia me pegar sofrendo por alguém, mas me peguei mais de uma vez. Desde o princípio eu sabia que no momento em que quebrassem meu coração eu não poderia simplesmente buscar em meu bolso um pedaço de fita ou um pouco de cola e consertá-lo. Somente nos contos de fadas a alma pode ser costurada de volta no corpo. Eu sabia que havia perdido, sabia que não ia mais ter de volta. Mas também não quis me dar por vencido.
O problema? Talvez ter uma memória boa e não poder esquecer com a ajuda de uma doença. Mas com o tempo me acostumei, tanto que hoje já faz três anos e ainda estou vivo.
Dizer que esqueci completamente é a maior mentira que posso dizer. Na verdade, de vez em quando me lembro, mas com um detalhe que me incomoda: não lembro exatamente a cor dos olhos, não lembro exatamente como era o rosto, não lembro exatamente a cor dos cabelos. Não me lembro nem do cheiro do perfume que eu sentia quando ficávamos em silêncio.
Mas é algo superado (ou não). E ainda guardo como amor.
Deixo esse amor dormir quieto em um canto do meu peito, uma hora encontro alguém e sinto isso de novo. Mas quem sabe de um jeito melhor, para que e possa escrever sobre minha vida aqui novamente, de uma maneira menos infeliz.

Um comentário:

  1. Sei nem o que dizer Iatan.. Pera, fazer uma piada: Não é o fim do mundo! Enfim... Lendo isso, me fez lembrar aquele tempo.. E como eram as coisas.
    Ayko R.

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