Quando nada mais importa descobrimos o valor exato que damos a cada coisa. O sentido exato daquela caixa de música ou da lembrança mais remota da infância, que teima em voltar cada vez mais nítida. Se as lembranças antigas invadem nossas memórias tão nitidamente, o que dizer das mais recentes que parecem realidade.
Mal me lembro daquela infeliz tarde de sábado em que eu, Calvin, fui ao Shopping, o paraíso e dos encontros (e das compras) de muitos jovens da minha idade. A intenção daquele passeio desnecessário era esquecer a causa de toda minha infelicidade: a tentadora Melissa. Muitos de nós aprendemos a dar valor as coisas e as pessoas, apenas quando as perdemos por completo. Melissa não foge dessa regra.
Até dois dias atrás, eu acho, pois não me lembro bem nada do que aconteceu após o ocorrido, eu dizia que a amava repetidas vezes por dia, e muito ouvia ela dizer o mesmo a mim. Então de repente, sem nenhum motivo aparente ela decidiu me tirar a vida. Não, ela não tentou atirar em mim, nem esfaquear minhas costas repetidas vezes. Acredito do fundo do meu coração que isso seria bem menos doloroso. Ela apenas disse que os laços que nos amarravam um ao outro se romperam, e isso pareceu acontecer literalmente, os senti rodopiarem no ar e chicotear minhas costas violentamente antes de caírem no chão.
Desci do carro e segui andando pelo estacionamento, como quem não tem o que fazer, e eu realmente não tinha. Melissa não saia da minha cabeça. Sem pensar muito me sentei na calçada e tive vontade de andar descalço. Os carros passaram a menos de um metro dos meus pés, então decidi satisfazer minha vontade. Voltei a caminhar, dessa vez com os pés descalços e com os tênis na minha mão. Uma grande árvore se encontrava um pouco mais distante, um único carro azul estava sob ela. Acreditando que ninguém estaria desfrutando de sua sombra, segui em sua direção. A chegar próximo da árvore avistei duas únicas pessoas, e uma delas pensei conhecer.
Aproximei-me não mais por desejo de sombra, mas por pura curiosidade de confirmar quem era. A confirmação então veio, era Melissa que estava ali, e estava muito bem. Em um beijo promíscuo Melissa se prendia a outro rapaz. Vi então o veneno escorrendo de sua boca enquanto eles se beijavam. O veneno que melissa usara para me deixar tão apaixonado. Senti pena daquela pobre criatura inocente que estava sendo vítima dela.
Digeri a cena como ácido, e sem olhar para os lados recuei de volta a calçada onde havia me encostado inicialmente. Mas não consegui chegar ao meu destino. Um peso me atingiu pouco acima do quadril, e então desequilibrei e caí em questão de segundos. Minha visão embaçou e o sol pareceu se apagar, o barulho do tempo aumentava. Passei a não sentir nem ouvir mais nada quando minha cabeça bateu no chão.
Melissa é a ultima lembrança concreta que eu tenho. A imagem de um amor meu envenenando outra alma. Talvez se ela não entrasse em minha vida, lembrar o sentido exato daquela caixa de música e as lembranças mais remotas da minha infância fossem memórias mais importantes para mim.
Mal me lembro daquela infeliz tarde de sábado em que eu, Calvin, fui ao Shopping, o paraíso e dos encontros (e das compras) de muitos jovens da minha idade. A intenção daquele passeio desnecessário era esquecer a causa de toda minha infelicidade: a tentadora Melissa. Muitos de nós aprendemos a dar valor as coisas e as pessoas, apenas quando as perdemos por completo. Melissa não foge dessa regra.
Até dois dias atrás, eu acho, pois não me lembro bem nada do que aconteceu após o ocorrido, eu dizia que a amava repetidas vezes por dia, e muito ouvia ela dizer o mesmo a mim. Então de repente, sem nenhum motivo aparente ela decidiu me tirar a vida. Não, ela não tentou atirar em mim, nem esfaquear minhas costas repetidas vezes. Acredito do fundo do meu coração que isso seria bem menos doloroso. Ela apenas disse que os laços que nos amarravam um ao outro se romperam, e isso pareceu acontecer literalmente, os senti rodopiarem no ar e chicotear minhas costas violentamente antes de caírem no chão.
Desci do carro e segui andando pelo estacionamento, como quem não tem o que fazer, e eu realmente não tinha. Melissa não saia da minha cabeça. Sem pensar muito me sentei na calçada e tive vontade de andar descalço. Os carros passaram a menos de um metro dos meus pés, então decidi satisfazer minha vontade. Voltei a caminhar, dessa vez com os pés descalços e com os tênis na minha mão. Uma grande árvore se encontrava um pouco mais distante, um único carro azul estava sob ela. Acreditando que ninguém estaria desfrutando de sua sombra, segui em sua direção. A chegar próximo da árvore avistei duas únicas pessoas, e uma delas pensei conhecer.
Aproximei-me não mais por desejo de sombra, mas por pura curiosidade de confirmar quem era. A confirmação então veio, era Melissa que estava ali, e estava muito bem. Em um beijo promíscuo Melissa se prendia a outro rapaz. Vi então o veneno escorrendo de sua boca enquanto eles se beijavam. O veneno que melissa usara para me deixar tão apaixonado. Senti pena daquela pobre criatura inocente que estava sendo vítima dela.
Digeri a cena como ácido, e sem olhar para os lados recuei de volta a calçada onde havia me encostado inicialmente. Mas não consegui chegar ao meu destino. Um peso me atingiu pouco acima do quadril, e então desequilibrei e caí em questão de segundos. Minha visão embaçou e o sol pareceu se apagar, o barulho do tempo aumentava. Passei a não sentir nem ouvir mais nada quando minha cabeça bateu no chão.
Melissa é a ultima lembrança concreta que eu tenho. A imagem de um amor meu envenenando outra alma. Talvez se ela não entrasse em minha vida, lembrar o sentido exato daquela caixa de música e as lembranças mais remotas da minha infância fossem memórias mais importantes para mim.
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